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segunda-feira, 28 de abril de 2014

A mais épica das vitórias

É difícil descrever a felicidade que sentimos (nós benfiquistas) nesta altura, face às gloriosas duas semanas que temos vivido.Vermos o nosso Benfica com a personalidade que lhe granjeou adeptos por esse mundo fora, mesmo entre adversários. A raça, o querer e a ambição personificadas dentro de campo e parte do imaginário dos adeptos. Estas vitórias serão lembradas mesmo daqui a cem anos, quando os netos dos nossos netos virem num qualquer arquivo visual, o quão épico foi vencer o rival desta maneira. O golo do André Gomes na meia final da Taça de Portugal foi algo que ficará para sempre nas nossas memórias e entrou directamente para o top 5 dos meus melhores momentos de Benfica. Simplesmente épico!

E era disto que eu estava à espera há muito, muito tempo (e acredito que todos nós o esperávamos). Algo que demonstrasse a nossa inequívoca superioridade face ao rival nortenho, sem deixar qualquer margem para dúvidas. Mesmo a jogar com 10 durante uma hora, a precisar de marcar num dos casos e de não sofrer no outro, mesmo com importantes compromissos pela frente que aconselhavam poupanças, mesmo com as lesões inacreditáveis que nos têm acontecido, mesmo com isto tudo o Benfica parece um daqueles tapetes rolantes que entregam a mercadoria nos aeroportos, rodando sem parar imune às pretensões de alguns dos passageiros que se vêem aflitos para tirar as respectivas malas. Vamos andando quase em ritmo de passeio, já com o campeonato no bolso e destroçando o nosso rival nortenho a cada batalha. Será este o momento de mudança no futebol português? A ver vamos o que trará a próxima época.

Para o sucesso que celebramos agora (com importantes conquistas ainda pela frente) temos dois obreiros maiores. O primeiro é Jorge Jesus. O treinador da equipa começou muito mal, sentado numa geleira na Madeira, foi salvo por Markovic e Lima já depois dos 90' na Luz frente ao Gil Vicente, mas a partir de certa altura, parece que corrigiu todos os seus defeitos (pelo menos minimizando os seus efeitos) e construiu uma equipa de verdadeiro betão. Inimaginável em Agosto de 2013, mas realidade em Abril de 2014. O seu maior mérito nasce das duas decisões que acontecem em sentidos opostos. Se na primeira, que foi o assumir de que o campeonato seria a prioridade numero um, mesmo com prejuízo de outras competições, o treinador assumiu uma mudança face ao passado, juntando as acções coincidentes com as palavras, já na segunda, que foi a mudança do GR titular de Artur para Oblak, surge por acaso devido a uma lesão do brasileiro. Jesus no entanto soube premiar a grande entrada do esloveno na equipa, não o tirando dos jogos importantes (no campeonato). A solidez defensiva da equipa passou muito por esta troca, com a serenidade a fazer parte constante do processo defensivo, em contra ponto com a tremideira sentida sempre que Artur ocupava as redes encarnadas. No final, a quantidade de jogos sem sofrer golos do Benfica desde que Oblak tomou conta da baliza benfiquista atesta sem margem para dúvidas a melhoria neste aspecto.
Mas não foi só aqui que Jesus juntou os actos às palavras. Foi também na rotação que imprimiu no plantel ao longo dos jogos que nos trouxe aqui. Jesus percebeu finalmente que não se ganham troféus esgotando sistematicamente os mesmos jogadores, mesmo com jogos já resolvidos ou sem interesse. Exceptuando Paulo Lopes e Steven Vitória, todos os elementos do plantel apresentam números muito razoáveis de utilização. A campanha na Liga Europa (onde relembro que o Benfica ainda não perdeu esta época) é o exemplo maior, com a rotação a nunca mostrar um Benfica mais fraco, mas antes muito sólido. A mais valia clara de ter "todos" os elementos do plantel prontos para a acção, revelou-se quando nos aconteceram as lesões cruéis (em posições fulcrais) com os jogadores substitutos a desempenharem na perfeição as funções dos jogadores substituídos. Parabéns ao treinador também por isso.

O segundo obreiro, e grande responsável é naturalmente o presidente Luis Filipe Vieira. O nosso presidente esteve quase irrepreensível desde Janeiro. As suas declarações publicas foram sempre contidas e focadas, e apesar de alguns lapsos, finalmente percebeu que não é com fanfarronices e a querer aparecer sempre que a equipa ganha que se conquista a tão desejada hegemonia. Espero que a postura seja para continuar. Mas também se tem de lhe dar o mérito de em Junho de 2013 ter resistido a tudo e a todos e ter mantido o treinador em funções. O presidente Vieira de 2006 não o teria eito, preferindo "salvar-se" e mandando o treinador para o cepo. O presidente Vieira de 2013 fez finca pé pela sua convicção e arriscou a sua reputação junto da maioria dos adeptos, apostando inequivocamente e sozinho, na manutenção de Jesus à frente dos destinos do Benfica. A renovação (com mais prémios pelas conquistas) do treinador foi vista por quase todos como um erro estratégico quando o rival nortenho se preparava para renovar a sua estrutura com a entrada do treinador da moda. E mesmo depois do inicio horroroso, manteve-se firme colocando-se ele próprio no cepo com o treinador. Vieira ganhou em toda a linha com a aposta que fez, e com isso certamente granjeou mais apoio entre a massa associativa. Com esta equipa, os seus "3+1+50" parecem certamente possíveis. As suas palavras na hora de festejar, aglutinando na festa mesmo aqueles que nunca acreditaram até estar garantido, foi de líder. Deixou-se de tiques dictatoriais e se continuar assim, pode ter a certeza de que me converterei ao "vieirismo". Porque na realidade eu quero é um presidente com acções à Benfica, independentemente de se chamar Vieira, Rangel, Carvalho ou Manel...

Finalmente, não queria aqui deixar de expressar também um terceiro obreiro, na pessoa do King, Eusébio da Silva Ferreira, que mesmo na morte deu tudo ao glorioso Benfica. Parece que desde que nos deixou, o Pantera Negra encarnou em cada um dos nossos jogadores, pois a raça, brio e ambição parecem agora os mesmos dos seus tempos, em que o Benfica vergava a Europa e o Mundo do Futebol à sua vontade, sendo indiscutivelmente a melhor equipa dos anos 60. Obrigado King! este 33 é também para ti e para o teu "pai", o senhor Coluna.


terça-feira, 15 de abril de 2014

Um pequeno passo para eles. Um enorme salto para o Benfica.

O Benfica foi derrotado pelo Barcelona na primeira final da UEFA Youth League (uma Liga dos campeões para jogadores jovens). O percurso até esta final foi simplesmente genial, com uma imaculada fase de grupos e uma fase a eliminar assombrosa, eliminando o City em Inglaterra num daqueles jogos memoráveis para as nossas cores. A meia final com o Real foi facilitada pela vantagem inicial e a série de erros dos merengues, mas muito devido ao facto de jogarmos sempre com uma identidade e intensidade muito vincadas.

Infelizmente, para nós, na final o Barcelona fez-nos o mesmo que fizéramos ao City em Inglaterra. Foi muitíssimo mais eficaz e contou com um GR em tarde inspirada.

Apesar da derrota na final, a campanha efectuada deve ser enaltecida, não como vitória moral, mas como incentivo a que no próximo ano, consigamos escrever uma história diferente. Porque já é garantido que iremos lá estar outra vez em 2014/2015.

O crescimento e a maturidade exibidos pelos jovens jogadores encarnados foi um dos marcos da campanha e tenho pena que eles não tivessem ganho o jogo final, saboreando uma merecida recompensa. Mas o futebol é assim. De certeza que muitos deles cresceram imenso também com esta derrota. E espero ver uma grande maioria deles a jogar na primeira divisão portuguesa brevemente. A qualidade está lá.

Uma palavra final para o presidente que se deslocou a Nyon para a final. Muito bem no apoio a esta equipa e as suas palavras no final do jogo são o tónico que muitos jogadores jovens precisam ouvir para regressarem mais fortes. Sentirem que o presidente do clube os acompanha é muito bom e aqui tenho de tirar o chapéu a Vieira. Esteve à Benfica!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Eu não mereço festejar

Após a vitória de ontem o Benfica está destinado a vencer este campeonato. Fazer mais 2 pontos com dois jogos teoricamente fáceis em casa, não parece uma tarefa hercúlea, e com a mentalidade demonstrada por Jesus e os jogadores será certamente algo mais que ao alcance da equipa. Os festejos dos benfiquistas estão no entanto muito mais contidos e muito em face do que foram as ultimas três épocas. E ainda bem, pois é bom que aprendam todos que só se festeja algo efectivamente ganho e não prestes a ganhar. Contar com o ovo no cu da galinha dá geralmente mau resultado.

No entanto, na altura dos festejos (esperemos todos que seja no próximo Domingo em casa com os nossos), sinto que não mereço festejar esta conquista. Não me sinto parte dela. Parece-me algo que só agora que estamos à beira de o atingir, me parece real.
Não acreditei que fosse possível em Agosto. Não acreditei até Janeiro e mesmo depois da vitória categórica frente ao Porto, continuei a não acreditar. Inclusive, depois de abafarmos totalmente o Sporting, continuei a não acreditar que seriamos campeões. Esperava sempre que o céu desabasse a qualquer momento, que o infortúnio estivesse à espreita num próximo jogo, que a gestão da equipa não fosse a correcta, apostando-se tudo na Liga Europa. Mas nada disso se passou e a equipa manteve-se no trilho do sucesso.

PS: Também não mereci sofrer como os benfiquistas sofreram nos últimos três anos.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Uma mão no caneco

Após a brilhante vitória de ontem, sobre o Rio Ave, o Benfica tem uma mão no caneco. E gostei de ver, que apesar da extrema importância deste jogo e da exibição de gala, no final não houve festejos desmedidos ou palavras de vitória antecipada. Houve, isso sim, pragmatismo e água na fervura. Mesmo das bancadas, o apoio foi sempre reconhecidamente para o jogo e ninguém embandeirou em arco.

Já falta pouco para o objectivo, mas esse pouco pode-se tornar em muito, muito rapidamente. Cabe ao Benfica não deixar que isso aconteça e conseguir finalmente dar a alegria aos seus adeptos.

Para esta quinta feira, o objectivo passa por continuar a poupar jogadores, porque a próxima semana vai ser bastante exigente. O resultado obtido na primeira mão dá-nos uma almofada confortável e foi conseguido fazendo esta mesma gestão do plantel.

Uma nota final para Cosme Machado. Conseguiu não ser o protagonista e o seu critério apertado foi justo para as duas equipas, embora eu seja apologista de um critério mais largo. Fosse sempre assim...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

VideoPass com desconto

Para quem ainda não sabe, o Benfica já disponibiliza o serviço VideoPass desde Janeiro deste ano. O serviço está disponível no site oficial ao vivo e garante a visualização do jogo em apreciável qualidade HD com pré e pós jogo incluídos. 
E agora o preço do serviço baixou, sendo mais uma razão para quem vive longe poder assistir ao jogo. Para o jogo com o Rio Ave o preço é de 3,90€ e 5,90€ para sócios e não sócios respectivamente. Anteriormente o preço cifrava-se em 4,90€ e 7,90€ para sócios e não sócios respectivamente, pelo que é uma agradável surpresa, verificar que os responsáveis estão a pensar em nós que estamos longe de Lisboa.

Para quem ainda não aderiu e esteja a equacionar a melhor forma de ver o jogo, tem aqui uma bela opção. Pessoalmente, a minha experiência com este serviço tem sido excelente (à parte o primeiro jogo com o Porto). Recomendo vivamente a todos.

sábado, 5 de abril de 2014

E se ganharmos tudo?

Às vezes a realidade não tem explicação. Vai contra tudo o que pensamos e aquilo que julgamos saber.
Todos sabem da minha visão no inicio da época. Bastante critica e desiludida. Não foi só a mágoa do trágico final de época que vivemos todos em Maio de 2013. Foi fruto do acumular de erros e tiros nos pés e na ilusão de milhões de benfiquistas. Quando parecia que íamos regressar ao nosso lugar de líder em Portugal, aconteciam cenas que desafiavam a lógica, e que mostravam que o futebol é muito ingrato.
No inicio desta época segui com verdadeiro horror o que foi sendo feito pelos nossos responsáveis ao nível da gestão do grupo. Vi os meus medos confirmarem-se, quando muito precocemente nos vimos a 5 pontos do Porto e com um pé fora da Liga dos Campeões. Incapazes de ganhar a equipas primo divisionárias em casa, sofrendo golos atrás de golos. Era terrível e eu só pensava que a má gestão feita de inicio nos ia mais uma vez deixar a seco, com o treinador a sair mais tarde ou mais cedo fruto da pressão dos adeptos.
E no entanto o ano do Benfica deu uma volta de 180º com o inacreditável a acontecer mesmo. Não só se recuperou o atraso para os rivais (na Liga dos Campeões já não fomos a tempo) como se tem vindo a garantir uma vantagem (semi) confortável que permite a gestão da equipa. Continuando o Benfica com aspirações reais nas frentes que subsistem. Que são todas! A pergunta que deixo agora no ar, é a do título do artigo. E se ganharmos tudo? Como vão ser os comportamentos de quem dirige? Irão cometer os mesmos erros de anos passados? Irão revolucionar o grupo? Se efectivamente ganharmos tudo internamente (e é um grande se), gostava que para variar se fizessem bem as coisas desde o inicio. Que houvesse a verdadeira exigência que não permitisse festas de 3 meses!!!

Se me tivessem dito que seria este o cenário em principios de Abril, eu apostaria sem hesitar contra este resultado. E perderia em toda a linha, porque não acreditei que fosse possível.

Ás vezes é tão bom estar errado!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Corrida de fundo

Uma época desportiva de futebol é como uma corrida de fundo no atletismo. Não é como começa, é como acaba. Este dizer popular, tantas vezes usado pelo nosso treinador, sempre se revelou acertado, em especial nas últimas épocas desportivas, com sucessivos "entregar do ouro ao bandido" por parte do Benfica.

Esta época, o cenário mantém-se bastante actual. Com algumas nuances, como foi a excelente vitória em casa frente ao Porto, capaz de emprestar a uma equipa "morta e enterrada" no inicio da época, a vivacidade e alegria que empolga os adeptos e os faz carregar a mesma equipa ao colo. 
Os 7 pontos de avanço para os rivais da 2ª Circular, são uma almofada mais confortável do que os 4 e 5 pontos de avanço que tivemos para o rival do norte nas duas últimas épocas, mas apesar de já não entrar nas contas do titulo, esse mesmo Porto pode ainda interferir no resultado final. Basta para isso que o Benfica se exponha, como se expôs nessas épocas, a desaires quando nada o fazia prever.
Ter a cabeça bem em cima dos ombros e os pés bem assentes no chão é a melhor forma de impedir qualquer volte-face num campeonato "decidido" desde meados de Fevereiro.

Já falta pouco para o campeão voltar, mas antes é preciso demonstrar que somos mais fortes. O próximo jogo em casa, com um surpreendente Rio Ave, é para mim mais importante que o passado jogo em Braga. Não só porque é o próximo, mas também porque após passar num terreno difícil, é sempre perigoso ter um relaxamento num jogo teoricamente mais fácil. Espero que ninguém se lembre de festejar antecipadamente e todos façam o seu trabalho de forma séria. Só assim poderão dar uma enorme alegria a estes adeptos sedentos de vitórias.

Carrega Benfica.