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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Emigrantes

Depois de quase 3 anos na Bélgica, está na altura de vos escrever um pouco sobre as relações entre os adeptos emigrantes e a rivalidade existente.

Na esmagadora maioria dos casos (há sempre excepções), os adeptos que estão fora do país não se comportam como se estivessem numa guerra e os adversários fossem o inimigo. Talvez por partilharem a distância do país natal, existe mais camaradagem e convívio nestas alturas em que têm a possibilidade "viver" o país. No caso particular do futebol, um jogo grande é motivo de convívio, alegria, espectativas, etc. Consegue-se falar com à vontade sem risco de acabar tudo à pancada. A clubite está sempre presente, embora numa medida bem mais suave. Dando um exemplo, explicava-me ontem durante o jogo, um adepto portista, que tal se deve a uma maior capacidade intelectual dos emigrantes, forçados a isso pelo ambiente em que se encontram. As quezílias internas são postas na perspectiva que devem ter, ou seja, relativas e nunca como motor de existência, que tantas vezes ocorre em Portugal.

E se porventura, um clube português vem à "nossa zona" num embate europeu, são adeptos de todos os clubes que vão ao jogo. É muito comum, corriqueiro até, ver cachecóis, camisolas e bandeiras de outros clubes em apoio ao clube português. Mais uma vez, o objectivo principal é entrar no convivio "tuga", sendo o melhor modo de matar saudades da nossa terra.

Sinceramente, embora já tivesse esta predisposição anteriormente, viver fora de Portugal durante estes quase 3 anos, tornou-me mais um destes emigrantes, que quer obviamente a vitória e a glória do seu clube, mas que não vê no confronto físico e verbal, uma forma de ganhar vantagem sobre os outros. E esta forma de viver o desporto (e o futebol em particular), é não só possível, como muito melhor que o que temos em Portugal, onde temos uma verdadeira guerra.

Dá que pensar...

2 comentários:

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